Foi à um ano que partiste, partiste com rumo à Alemanha.
Quando soube de que irias fazer essa grande mudança chorei, chorei muito mesmo. Ligaste-me, disseste-me para eu me sentar mas sempre com aquele tom de brincadeira tão típico na tua voz. Contaste-me que irias viver para a Alemanha, demorei a responder-te, tentava assimilar o que tinha acabado de ouvir. Disse-te que me estavas a mentir e pedi-te para parares com a brincadeira mas assumiste com um tom de voz sério que não estavas a mentir. Tinha-me caído o mundo aos meus pés. Não conseguia encaixar na cabeça de que irias estar a km e km de distância, que iríamos deixar de nos ver.
Falava contigo, tentava não dar a parecer as lágrimas que me caíam dos olhos e a voz tremida, pedi-te que falassemos antes por mensagens e assim fizemos. Comecei por dizer-te que tinha medo de te perder para sempre e tu disseste o mesmo.
Restava-nos um mês, um mês para que deixássemos de falar com tanta regularidade ou seja para tu partires. Todos os dias dizíamos já sentir saudades uma da outra, já tínhamos tantos planos para o nosso aniversário visto que íamos celebrar no mesmo dia e juntas mas tudo se foi. Tudo se foi contigo.
Passamos mais um fim-de-semana juntas, mas o último de muitos que tínhamos passado. Ajudei-te a fazer as malas, não imaginas como me custou, trocamos lembranças uma com a outra, mas a mais importante de todas tu perdeste-a assim que chegaste ao teu novo País.
O fim-de-semana voou, o domingo chegou, a hora de eu regressar a casa tinha chegado também. Mais quatro dias e voltávamos a estar juntas mas para nos despedir-mos de vez.
Os quatro dias voaram e a quinta-feira, dia 13 de Outubro tinha chegado. Não tinha pregado olho a noite inteira a pensar na nossa despedida... preparei-me e saí de casa a saber que quando voltasse a entrar ia estar muito triste. Fui bastante cedo para o local onde irias apanhar a camioneta, enquanto esperava que chegasses fui até a um café lá ao lado, escrevi o que estava a sentir naquele momento tudo numa folha que te iria ser entregue. Mais uma vez escrevi a minha morada, apesar de já a teres, na esperança de um dia me escreveres mas nada até hoje. Chegas-te e agarraste-te logo a mim, promete-mos uma à outra que nos iríamos visitar, que quando viesses cá voltávamos a passar os fins-de-semana juntas e a fazer todas as nossas parvoíces.
Olhei-te pela última vez, abracei-te fortemente, as lágrimas começaram a cair disse-te que gostava muito de ti e tu retribuiste todas as palavras. Pediste-me para não me esquecer de te mandar as nossas fotos e de falar contigo. E depois disto, lá partis-te. Custou tanto, mas tanto.
A verdade é que chegaste bem, continuamos a falar, ligavas-me e tudo mas entretanto fomos deixando de falar cada vez menos, disse-te passados 3 meses que iria para a Alemanha, ficas-te feliz tal como eu estava. Mas continuávamos a falar ainda menos, chegamos a estar 2 meses sem nos falarmos. Depois de eu já estar no mesmo País que tu, falávamos por sms, entretanto tive os meus altos e baixos e tentei desabafar contigo e foi aí que as coisas mudaram completamente. Dizias ser tão minha amiga mas em vez de me teres apoiado julgaste-me e ainda me chamas-te de "imbecil" indirectamente. Não gostei de ter ouvido tais coisas, não contava mesmo que fosses reagir como reagiste. Fiquei desiludida. Quase não falamos, mudaste muito mesmo. Estas muito bem da vida e fico feliz por assim estares mas por outro lado fico triste por te teres tornado como estás agora.
Eu perdouo mas não esqueço.
Não importa, faz hoje um ano, um ano que já não estamos juntas. Espero um dia receber uma carta tua, quem sabe um postal a desejar feliz aniversário?